terça-feira, 30 de junho de 2009

Pensamentos sobre a psicopatia

“O psicopata é como o gato, que não pensa no que o rato sente. Ele só pensa em comida. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato”. Estas são palavras do Dr. Robert Hare, psicólogo canadense, que por mais de 40 anos estuda a psicopatia. Foi ele quem, em 1991, identificou os critérios que hoje são adotados no mundo todo para identificar o grau deste transtorno de personalidade. Esta entrevista foi publicada pela revista Veja de abril de 2009. Reservamos três ocasiões desta entrevista para você.

Veja: Um psicopata nasce psicopata?


“O psicopata é como o gato, que não pensa no que o ratoDr. Hare – Ninguém nasce psicopata. Nasce com tendências para a psicopatia. A psicopatia não é uma categoria descritiva, como se homem ou mulher, estar vivo ou morto. É uma medida, como altura e peso, que varia para mais ou para menos.

Veja: O Sr. é o criador da escala usada mundialmente para medir a psicopatia. Quais são as características que aproximam uma pessoa do número 40, o grau máximo que sua escala estabelece?

Dr. Hare – As principais são ausência de sentimentos morais – como remorso ou gratidão , extrema facilidade para mentir e grande capacidade de manipulação. Mas a escala não serve apenas para medir graus de psicopatia. Serve para avaliar a personalidade da pessoa. Quanto mais alta a pontuação, mais problemática ela pode ser. Por isso, é usada em pesquisas clínicas e forenses para avaliar o risco que um determinado indivíduo representa para a sociedade.

Veja: Em que medida o ambiente influencia na constituição de uma personalidade psicopata?

Dr. Hare – Na década de 20, John B. Watson, um estudioso de psicologia comportamental, dizia que, ao nascer, nós somos como páginas em branco; o ambiente determina tudo. Na sequência, entrou em voga o termo sociopatia, a sugerir que a patologia do indivíduo era fruto do ambiente – ou seja, das suas condições sociais, econômicas, psicológicas e físicas. Isso incluía o tratamento que ele recebeu dos pais, como foi educado, com que tipo de amigos cresceu, se foi bem alimentado ou se teve problemas de nutrição. Os adeptos dessa corrente defendiam a tese de que bastava injetar dinheiro em programas sociais, dar comida e trabalho às pessoas, para que os problemas psicológicos e criminais se resolvessem. Hoje sabemos que, ainda que vivêssemos uma utopia social, haveria psicopatas.

Como vimos a escala do Dr. Hare vai até o número 40. Segundo o dr., Hitler ocupa junto com Stalin, o grau máximo desta escala. Já que esta escala é de uso forense, que tal fazer-se uso dela para certos indivíduos que permeiam as DP’s de todo o nosso país?

No sistema Delegacia Legal do Estado do Rio de Janeiro, sei que psicólogas acompanham o aprisionamento de indivíduos trazidos por diversos delitos. Será que não haveria lugar para que pudesse se fazer esta avaliação? E quanto a indivíduos que vão lidar com a segurança alheia, que tal serem incluídas nesta avaliação?

Vamos em frente!

Prof. Marcos Tarcisio

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